Originalmente, sua construção serviu como mausoléu para o imperador Adriano no século II. Porém, o edifício teve uma transformação ao longo dos séculos, em fortaleza, prisão e, sobretudo, refúgio para os Papas em tempos de perseguição ou perigo. Uma passagem secreta ainda hoje liga o Vaticano ao castelo, usada em diversas ocasiões para garantir a segurança do sucessor de Pedro.
No topo do castelo, uma estátua do Arcanjo Miguel recorda o episódio do ano 590. Durante uma terrível peste, o Papa São Gregório Magno organizou uma procissão penitencial. Ao chegar próximo ao castelo, teria visto o Arcanjo Miguel embainhando sua espada, um sinal de que a peste chegaria ao fim. Desde então, o local chamasse de Castelo de Santo Ângelo, em honra àquele que protege os filhos de Deus.
A vista do alto, contemplando Roma, o Vaticano e o rio Tibre, oferece um momento único de oração e gratidão. Uma chance de entregar as lutas pessoais nas mãos do Deus que guarda e guia.
Peregrinar ao Castelo de Santo Ângelo é fazer memória da fidelidade de Deus, da força da Igreja em meio às adversidades e da certeza de que os anjos do Senhor continuam a velar pelos seus filhos. Assim como os Papas encontraram ali proteção, também nós recebemos o chamado a buscar no Senhor nosso castelo interior, nossa rocha segura.
A Escada Santa (Scala Santa), localizada em frente à Basílica de São João de Latrão, em Roma, é um dos lugares mais reverenciados da espiritualidade cristã. Segundo a tradição, foi trazida de Jerusalém pela imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino, no século IV. Trata-se da escadaria que Jesus teria subido no Pretório de Pilatos na manhã de sua Paixão.
Além disso, a Escada Santa faz memória ao sofrimento de Cristo com o coração ajoelhado. Os fiéis do mundo inteiro sobem os 28 degraus de joelhos, em atitude de penitência e entrega, lembrando Jesus e seu amor pela humanidade.
Por fim, no topo da Escada encontra-se o Sancta Sanctorum, a capela privada dos antigos papas. Ali está guardada uma das relíquias mais antigas de Cristo: uma imagem de Jesus chamada Acheropita, que significa “não feita por mãos humanas”.
A cada degrau, o coração se une mais ao Salvador que não recusou a cruz. O silêncio do local é um convite à compaixão e à conversão.
Peregrinar à Escada Santa é aceitar o convite de Jesus a segui-Lo também na dor, na humildade e na entrega. Acima de tudo, é descer ao mais profundo do próprio coração e, passo a passo, subir rumo à graça, com os olhos fixos no Redentor.
O Milagre Eucarístico de Lanciano ocorreu no século VIII, em um pequeno mosteiro da ordem de São Basílio. Um monge basiliano, profundamente instruído, mas assolado por dúvidas quanto à presença real de Cristo na Eucaristia, foi o protagonista desse evento que marcaria a história da fé católica.
Se junte a nós e visite as lembranças dessa linda história!
Durante a celebração da Santa Missa, logo após pronunciar as palavras da consagração, o monge presenciou algo extraordinário: a hóstia consagrada transformou-se visivelmente em carne viva, e o vinho do cálice em sangue humano.
Com temor e admiração, interrompeu a celebração e chamou os fiéis presentes, que também testemunharam o milagre. A notícia se espalhou rapidamente, atraindo peregrinos de toda a região. A carne e o sangue estavam preservados, inicialmente em recipientes simples, logo após em relicários próprios, e permanecem incorruptos até hoje, mais de 1.200 anos depois.
Ao longo dos séculos, o milagre esteve cuidadosamente conservado pelos monges e, posteriormente, pela Igreja local. No século XVI, a custódia do santuário passou à Ordem dos Frades Menores Conventuais.
Entre os séculos XX e XXI, diversas análises científicas foram realizadas por especialistas da Organização Mundial da Saúde e por cientistas italianos.
Assim, os estudos mostraram evidências incríveis, como:
Esses resultados reforçaram o valor do milagre e aprofundaram a reverência dos fiéis. Em 1973, o então Papa Paulo VI autorizou a divulgação dos laudos científicos e incentivou a devoção ao Santíssimo Sacramento à luz de Lanciano.
Realizar a peregrinação até a Catedral de Lanciano é trilhar um caminho de encontro com o milagre vivo da Eucaristia. Os fiéis que chegam de diferentes partes do mundo são movidos por um desejo profundo de renovar a fé e a confiança na presença real de Jesus na hóstia consagrada.
Além disso, visita ao Santuário do Milagre Eucarístico é o ponto da jornada onde encontram-se preservados o fragmento da hóstia que se transformou em carne e os coágulos de sangue.
O santuário, com sua aura de reverência e louvor, ajuda o peregrino a se conectar e viver cada comunhão em um encontro com o Cristo vivo.
Originalmente construído como templo dedicado a todos os deuses romanos (“Pantheon”, do grego pan = todos, theós = deuses), o edifício simbolizava o poder e a religiosidade do Império Romano. Mas, no século VII, esse espaço pagão consagrou-se ao culto cristão, tornando-se a Basílica de Santa Maria e dos Mártires.
O grande destaque do Panteão é sua cúpula imponente, com um óculo no centro que permite a entrada da luz natural. Para o peregrino, essa abertura no alto é um símbolo da presença de Deus, da luz divina que entra no mundo e alcança todos os corações.
Visitar o Panteão é lembrar que todos os deuses e governantes poderosos passam, mas o Único e Verdadeiro Deus é Eterno. É lembrar que muitos mártires, antes perseguidos, agora estão sendo honrados neste espaço. Lembrar que a fé cristã, nascida da cruz, tem o poder de transformar tudo com amor.
Situada ao pé da famosa Escadaria Espanhola (Scalinata di Trinità dei Monti), a Piazza di Spagna abriga, desde 1857, a Coluna da Imaculada Conceição. Esta coluna teve sua construção para celebrar o dogma proclamado pelo Papa Pio IX em 1854, que declara que Maria, Mãe de Jesus, teve sua concepção sem pecado original.
No topo da coluna está a imagem de Nossa Senhora Imaculada, com os braços abertos e o olhar voltado para os fiéis. A escultura transmite doçura e majestade, lembrando que Maria é uma Mãe que vela por seus filhos com ternura e proteção.
Todos os anos, no dia 8 de dezembro, o Papa vai até a coluna para prestar homenagem à Imaculada, em nome de toda a humanidade. Esse momento, marcado por orações, tem muitos romanos e peregrinos que fazem questão de estar presentes.
Sua construção começou no século IV, logo após o Concílio de Éfeso (431), que confirmou o dogma de Maria como Theotokos – Mãe de Deus. A história conta que a Virgem teria aparecido ao Papa Libério, indicando o local onde desejava uma igreja em sua honra. Na manhã de 5 de agosto, neve teria caído milagrosamente no Monte Esquilino, em pleno verão romano, o que deu origem à devoção como “Nossa Senhora das Neves”.
Sendo uma das quatro basílicas papais de Roma, é um dos lugares mais importantes para a fé católica. Dedicada à Mãe de Deus, é um local onde a beleza da arte sacra se encontra com a profundidade da espiritualidade mariana.
Desde então, a basílica tornou-se ponto de peregrinação e sinal da maternidade de Maria sobre todo o povo cristão. Ao longo dos séculos, foi ampliada, adornada e serviu de palco para importantes eventos da Igreja. É também o local onde muitos papas celebraram sua primeira missa como sucessores de Pedro.
Este santuário guarda em seu interior relíquias da manjedoura de Jesus e um dos ícones mais antigos de Maria: a Salus Populi Romani (Salvação do Povo Romano). Foi diante deste ícone que papas e peregrinos, ao longo dos séculos, depositaram suas súplicas e ações de graças.
Sobretudo, a basílica é uma expressão do amor da Igreja por Maria. Aqui, o peregrino encontra refúgio, consolo e a certeza de que Maria caminha conosco, levando-nos sempre a Jesus.
Na Capela de São Sebastião, dentro da Basílica de Santa Maria Maggiore, encontra-se desde 2022 o túmulo do Beato Carlo Acutis. O jovem italiano beatificado por sua vida de santidade vivida com alegria e profunda devoção à Eucaristia.
Carlo, que faleceu aos 15 anos em 2006, usou seus dons com a informática para evangelizar, criando um site com os principais milagres eucarísticos do mundo.
Peregrinar até seu túmulo é encontrar o exemplo da santidade de um jovem que viveu no nosso tempo, com os mesmos desafios e oportunidades, mas que escolheu colocar Deus no centro da vida. Diante de seus restos mortais, muitos jovens e famílias rezam, renovam sua fé e encontram inspiração para viver o Evangelho com autenticidade.
Por fim, para os peregrinos que desejam ir à Basílica de Santa Maria Maggiore encontram ali, sob o manto protetor da Virgem Maria, a intercessora e mãe da Igreja de braços abertos para recebê-los.
Peregrinar à Basílica Papal de São Paulo Extramuros, em Roma, é colocar os pés onde repousa o corpo de um dos maiores apóstolos da fé cristã: São Paulo, o incansável missionário do Evangelho.
Localizada fora dos antigos muros da cidade (daí o nome “Extramuros”), essa Basílica é um dos quatro maiores santuários papais de Roma e um dos lugares mais solenes da espiritualidade cristã. Aqui, o coração do peregrino presencia o testemunho de um homem que entregou tudo por amor a Cristo.
Diante do túmulo de São Paulo, relembramos sua conversão, sua vida missionária, suas cartas que sustentam a fé da Igreja até hoje, e seu martírio.
Além do túmulo, a Basílica guarda belíssimos mosaicos e o tradicional “medalhão” com os retratos de todos os papas, desde São Pedro até o atual. A espiritualidade do local convida à contemplação da história viva da Igreja.
Quem peregrina à Basílica de São Paulo Extramuros, deixa-se tocar pela força do Evangelho vivido até o fim. É renovar o ardor missionário e colocar-se, como Paulo, a serviço de Cristo com coragem e fé inabalável.
Construída no século XVIII, a Fontana di Trevi é uma obra-prima do barroco italiano. Sua composição, marcada pela imponência da figura de Netuno sobre uma carruagem puxada por cavalos-marinhos, representa a dominação das forças da natureza pela razão humana. Jogar uma moeda na fonte é um hábito tradicional que, segundo a lenda, garante o retorno a Roma.
Embora não seja um espaço explicitamente religioso, os peregrinos que passam por Roma incluem a Fontana em seu caminho como um lugar simbólico.
Ao visitar a Fontana di Trevi, pode-se recordar ali as palavras do Salmo: “Como a corça anseia pelas águas, assim minha alma suspira por Ti, ó Deus” (Sl 42,1), e fazer desse momento um instante de escuta, um tempo de pausa para agradecer e confiar.
Erguido no século I d.C., o Coliseu foi palco de espetáculos grandiosos. Combates de gladiadores, simulações de batalhas navais e execuções públicas. Era símbolo máximo do poder de Roma, da cultura do espetáculo e do domínio sobre a vida e a morte.
Mas sob essa grandiosidade, há uma memória sagrada: ali, segundo a história, cristãos sofreram o martírio por não renunciar à sua fé em Jesus Cristo. Passaram por perseguição, tortura e morrerão diante das multidões, mas enfrentaram tudo com esperança e dignidade. O Coliseu se tornou, assim, um altar de coragem, fidelidade e amor incondicional a Deus.
Peregrinar ao Coliseu é fazer memória desses mártires que não negaram a fé e se tornaram sementes da Igreja.
O Papa São João Paulo II instituiu ali a Via-Sacra da Sexta-Feira Santa, trazendo de volta a cruz ao centro do antigo anfiteatro. Onde a glória de Roma foi exaltada, hoje glorifica a memória dos santos anônimos que venceram pelo amor.
Peregrinar ali é deixar que o exemplo desses mártires desperte em nós uma fé mais firme e uma vida mais entregue.
Conta a história que, em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto cuidavam de um pequeno rebanho, três pastorinhos viram uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol. Ela os convidou a rezar o Rosário todos os dias “para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra”.
Sobretudo, Nossa Senhora visitou Lúcia de Jesus, Francisco e Jacinta Marto mais seis vezes, reforçando a mensagem que Ela queria que eles espalhassem por Portugal.
Ela pediu penitência e conversão, e ensinou uma oração que os peregrinos rezam até hoje:
“Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem da Vossa misericórdia.”
Em suas aparições, ela revelou aos pastorinhos a visão do inferno e os Segredos de Fátima, que tratam da conversão do mundo, da devoção ao seu Coração Imaculado e dos sofrimentos futuros, se a humanidade não voltasse para Deus.
Por fim, na última aparição, em Outubro, Nossa Senhora se apresentou como “Nossa Senhora do Rosário”. Naquele dia, diante de cerca de 70 mil pessoas, aconteceu o famoso Milagre do Sol: o astro pareceu dançar no céu, mudando de cor e se movendo de maneira extraordinária.
No centro do Santuário de Fátima, ergue-se a Capelinha das Aparições, construída no exato local onde, em 1917, Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos seis vezes.
Simples, essa capela é o ponto mais sagrado do complexo de Fátima. Sua simplicidade é um reflexo do chamado à oração e conversão, feito por uma Mãe que vem ao encontro de seus filhos com ternura.
A Capelinha foi construída a pedido da própria Virgem Maria. Logo após as aparições, em 1919, com o consentimento da população local, ergueu-se o pequeno oratório de madeira.
Além disso, no centro do altar destaca-se a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, colocada ali em 1920. A imagem carrega no peito a bala que atingiu o Papa João Paulo II no atentado de 1981, como gratidão à Mãe que o protegeu.
Aos peregrinos que visitam a Capelinha das Aparições, é possível rezar o terço, participar da Santa Missa e fazer seus agradecimentos e pedidos. É ali que muitos entregam o que há de mais íntimo e verdadeiro em seus corações.
Caminhe pelas estradas de Fátima, e conheça essa linda história!
A Capela da Adoração ao Santíssimo Sacramento, inaugurada em 1960, foi uma resposta ao apelo de reparação feito por Nossa Senhora durante as aparições de 1917. Seus idealizadores a criaram para ser um espaço de oração e adoração, onde fiéis do mundo inteiro pudessem estar diante da presença real de Jesus na Eucaristia, oferecendo sua gratidão e consolo ao Coração de Cristo.
Em suas mensagens, a Virgem Maria pedia insistentemente oração, conversão e reparação dos pecados cometidos contra Deus e contra o seu Imaculado Coração. A Capela da Adoração tornou-se, assim, uma resposta concreta a esse chamado. Um lugar onde a devoção se transforma em presença, onde os corações se oferecem como pequenos sacrifícios de amor e fé.
Ao longo das décadas, a Capela se tornou uma das paradas mais importantes da peregrinação a Fátima, pelo seu coração orante pulsando dentro do Santuário.
Ali, muitos peregrinos descobriram a força da oração eucarística e renasceram na fé. A Capela da Adoração é, ainda hoje, um dos maiores tesouros espirituais do Santuário de Fátima, um lugar onde se aprende a amar Jesus com o coração aberto, assim como Maria ensinou.
Conta a história que, em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto cuidavam de um rebanho, três pastorinhos viram uma Senhora vestida de branco brilhante. Ela os convidou a rezar o Rosário todos os dias “para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra”.
Esses pastorinhos eram Lúcia de Jesus, Francisco e Jacinta Marto, no local conhecido como Cova da Iria, e Nossa Senhora os visitou mais seis vezes. Assim, Ela pediu penitência e conversão, ensinando uma oração que os peregrinos rezam até hoje:
“Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem da Vossa misericórdia.”
Em suas aparições, ela revelou aos pastorinhos a visão do inferno e os Segredos de Fátima, que tratam da conversão do mundo, da devoção ao seu Coração Imaculado e dos sofrimentos futuros, se a humanidade não voltasse para Deus.
Na última aparição, em outubro, Nossa Senhora se apresentou como “Nossa Senhora do Rosário”. Naquele dia, diante de cerca de 70 mil pessoas, aconteceu o famoso Milagre do Sol: o astro pareceu dançar no céu, mudando de cor e se movendo de maneira extraordinária.
Uma história de santidade, perseverança e missão
Em Aljustrel, os peregrinos visitam a história de cada um dos Pastorinhos, canonizados no ano de 2017, e acompanham de perto o trajeto de sua fé, desde o primeiro até o último encontro com Nossa Senhora do Rosário. Ao conhecer a casa dos irmãos Francisco e Jacinta Marto, o peregrino conhece de perto a maturidade espiritual dessas duas crianças.
Francisco, embora muito jovem, compreendeu a importância de consolar o Coração de Jesus. Após as aparições, preferia a “solidão” das igrejas ou lugares isolados para adorar em silêncio. Sua espiritualidade era recolhimento e amor a Deus.
Sobretudo Jacinta, com seu coração compassivo, oferecia sacrifícios pelas almas dos pecadores e pela conversão do mundo. Sofreu com coragem até seus últimos momentos, oferecendo tudo com amor a Nossa Senhora.
Na casa de Lúcia de Jesus, a prima que viu e ouviu Nossa Senhora junto aos primos, é possível notar um chamado de missão. Lúcia viveu muitos anos após as aparições, e ainda transmitiu e interpretou a mensagem de Fátima por meio de sua vida, escritos e oração. Sua casa em Aljustrel recorda o início de uma vocação que influencia o mundo inteiro até os dias de hoje.
Esses testemunhos ensinam que a grandeza da fé não está na idade ou na força, mas na disposição do coração em amar até o fim.
Ainda entre Aljustrel e a Cova da Iria, os peregrinos percorrem o Trilho dos Pastorinhos como uma pequena “via-sacra”. Ao longo do caminho, capelinhas e pontos sagrados convidam à meditação dos mistérios da fé e à interiorização da mensagem de Nossa Senhora.
Aljustrel não possui uma grande basílica, mas possui a lembrança viva de que o Céu pode descer nas pequenas coisas e que Deus se alegra com um coração disponível e fiel.
Um convite para que cada peregrino, ao voltar para casa, leve consigo a certeza de que a santidade também pode brotar em seu lar.
Localizado na vila de Batalha, em Portugal, o mosteiro foi construído como voto de ação de graças a Deus e à Virgem Maria pela vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota (1385), que garantiu a independência do reino de Portugal frente à ameaça castelhana.
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido como Mosteiro da Batalha, não é apenas um monumento nacional, mas símbolo de fé viva e de profunda gratidão à intercessão de Nossa Senhora.
Nascido da promessa e da confiança
Em 1385, Portugal vivia um momento decisivo, diante da ameaça de domínio por parte de Castela, que colocava em risco a independência do reino. Como resultado, O jovem rei D. João I, diante da iminente guerra, recorreu à intercessão da Virgem Maria.
Em um voto solene, prometeu que, se a vitória viesse, construiria um grande templo em honra à Mãe de Deus, como sinal de gratidão.
A batalha aconteceu em 14 de agosto de 1385, nos campos de Aljubarrota. Com um exército numericamente inferior, mas movido pela fé, os portugueses venceram de forma surpreendente. Para o rei e para o povo, aquela vitória foi obra da Providência divina.
Maria, Senhora da Vitória
O Mosteiro da Batalha tornou-se um lugar de peregrinação, onde se renova a certeza de que Deus está presente na vida de cada fiel.
Sobretudo, no coração do mosteiro está a Capela do Fundador, onde repousam os restos mortais de D. João I e de sua esposa, D. Filipa de Lencastre, junto de seus filhos, incluindo o infante Dom Henrique, impulsionador das grandes navegações. Essa capela, marcada pela sobriedade e pela fé, revela que os reis de Portugal desejavam ser lembrados não apenas por seus feitos políticos, mas por sua devoção a Deus e fidelidade à fé cristã.
O título “Santa Maria da Vitória” não se refere apenas a uma vitória bélica, mas à vitória da confiança em Deus sobre o medo. É uma espiritualidade que inspira cada peregrino a entregar suas próprias batalhas à intercessão da Virgem, confiando que, com Ela, o caminho sempre conduz à vida e à esperança.
No mosteiro, o peregrino pode apresentar seus desafios, agradecer pelas conquistas alcançadas e pedir forças para continuar caminhando com fé. A espiritualidade mariana ali vivida é profunda e ensina que toda verdadeira vitória começa na oração e na humildade.
A história do Mosteiro de Alcobaça começa com uma promessa feita em um tempo de guerra e reconquista.
Em 1147, durante a expansão cristã sobre os territórios muçulmanos, o rei D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, venceu a importante Batalha de Santarém. Assim, como forma de gratidão a Deus e em reconhecimento pela ajuda espiritual recebida da Ordem de Cister, o rei doou aos monges cistercienses uma vasta extensão de terras na região entre os rios Alcoa e Baça (origem do nome Alcobaça).
Durante a Idade Média, Alcobaça foi um verdadeiro centro de fé, conhecimento e desenvolvimento social, além de um farol de evangelização e civilização.
Atualmente, o Mosteiro de Alcobaça é Patrimônio Mundial da UNESCO, não apenas pelo seu valor arquitetônico, mas por testemunhar séculos de vida monástica e espiritualidade católica.
Um dos episódios mais célebres ligados a Alcobaça é a trágica história de amor entre D. Pedro I e Inês de Castro, dama de companhia da princesa espanhola que estava prometida ao futuro rei. Após a morte da esposa, Pedro assumiu seu amor por Inês, mas a corte e o rei D. Afonso IV viam o relacionamento com desconfiança.
Inês teve sua execução em 1355 por ordem do rei. Tempos depois, D. Pedro tornou-se rei e declarou que se casou com Inês em segredo, ordenando posteriormente que ela fosse reconhecida como rainha póstuma. Mandou trasladar seus restos mortais para o Mosteiro de Alcobaça, onde ele próprio também teve seu sepultamento.
Seus túmulos estão colocados um de frente para o outro, simbolizando que se reencontrarão na ressurreição final.
A imponente fachada do mosteiro expressa a simplicidade espiritual dos monges cistercienses, que buscavam viver segundo o lema “Ora et Labora” — reza e trabalha.
Além disso, no transepto da igreja até hoje encontram-se os túmulos de Pedro e Inês de Castro. Esses túmulos, colocados um de frente para o outro, são um convite à reflexão sobre o amor humano à luz da eternidade e da misericórdia divina.
Peregrinar a Alcobaça é deixar-se evangelizar pela presença viva de Deus, que habita na história, na arte e no coração de quem busca.
Minas Gerais é um estado que guarda mais do que belezas naturais e cidades históricas — guarda também séculos de fé viva. Por entre montanhas e igrejas barrocas, os santuários mineiros se tornaram verdadeiros refúgios espirituais, onde milhares de fiéis buscam reconexão com Deus, com sua história e com a essência da vida cristã.
Cada parada é mais do que um destino: é um reencontro com o sagrado. E para quem busca uma experiência de peregrinação, não há cenário mais significativo que esse pedaço do Brasil onde o tempo parece caminhar no ritmo da oração.
Entre tantos lugares marcantes, Congonhas ocupa um espaço especial no coração dos devotos. No alto da cidade, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos acolhe os peregrinos com seus profetas em pedra-sabão e sua via sacra talhada com maestria. É impossível não se emocionar ao subir aquelas escadarias, sentindo-se observado pelas figuras silenciosas de Aleijadinho que, mais do que esculturas, são testemunhas de fé.
Cada capela da Via Sacra conduz o visitante por cenas da Paixão de Cristo, em uma jornada de introspecção e entrega. A arquitetura, a arte e a espiritualidade se entrelaçam em um convite à oração profunda. Muitos ali chegam carregando pedidos, outros trazendo agradecimentos — e todos saem tocados.
Estar em Congonhas é experimentar a fé popular brasileira em sua forma mais genuína. É rezar com os pés na pedra, os olhos na cruz e o coração aberto ao mistério.
Peregrinar por Minas Gerais é mergulhar em uma história que combina espiritualidade, tradição e beleza. É entender como a fé moldou cidades, construiu igrejas, desenhou caminhos. O silêncio dos altares, a brisa nas montanhas e o brilho do ouro nas igrejas falam de um povo que soube transformar sua devoção em arte e sua esperança em legado.
Congonhas, Ouro Preto, o Santuário do Caraça, Caeté… cada um desses lugares guarda bênçãos, memórias e oportunidades de recomeço. A peregrinação pelos santuários mineiros é, acima de tudo, um convite à escuta: da voz de Deus, da voz interior, da tradição que nos sustenta.
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