Conta a história que, em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto cuidavam de um rebanho, três pastorinhos viram uma Senhora vestida de branco brilhante. Ela os convidou a rezar o Rosário todos os dias “para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra”.
Esses pastorinhos eram Lúcia de Jesus, Francisco e Jacinta Marto, no local conhecido como Cova da Iria, e Nossa Senhora os visitou mais seis vezes. Assim, Ela pediu penitência e conversão, ensinando uma oração que os peregrinos rezam até hoje:
“Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem da Vossa misericórdia.”
Em suas aparições, ela revelou aos pastorinhos a visão do inferno e os Segredos de Fátima, que tratam da conversão do mundo, da devoção ao seu Coração Imaculado e dos sofrimentos futuros, se a humanidade não voltasse para Deus.
Na última aparição, em outubro, Nossa Senhora se apresentou como “Nossa Senhora do Rosário”. Naquele dia, diante de cerca de 70 mil pessoas, aconteceu o famoso Milagre do Sol: o astro pareceu dançar no céu, mudando de cor e se movendo de maneira extraordinária.
Uma história de santidade, perseverança e missão
Em Aljustrel, os peregrinos visitam a história de cada um dos Pastorinhos, canonizados no ano de 2017, e acompanham de perto o trajeto de sua fé, desde o primeiro até o último encontro com Nossa Senhora do Rosário. Ao conhecer a casa dos irmãos Francisco e Jacinta Marto, o peregrino conhece de perto a maturidade espiritual dessas duas crianças.
Francisco, embora muito jovem, compreendeu a importância de consolar o Coração de Jesus. Após as aparições, preferia a “solidão” das igrejas ou lugares isolados para adorar em silêncio. Sua espiritualidade era recolhimento e amor a Deus.
Sobretudo Jacinta, com seu coração compassivo, oferecia sacrifícios pelas almas dos pecadores e pela conversão do mundo. Sofreu com coragem até seus últimos momentos, oferecendo tudo com amor a Nossa Senhora.
Na casa de Lúcia de Jesus, a prima que viu e ouviu Nossa Senhora junto aos primos, é possível notar um chamado de missão. Lúcia viveu muitos anos após as aparições, e ainda transmitiu e interpretou a mensagem de Fátima por meio de sua vida, escritos e oração. Sua casa em Aljustrel recorda o início de uma vocação que influencia o mundo inteiro até os dias de hoje.
Esses testemunhos ensinam que a grandeza da fé não está na idade ou na força, mas na disposição do coração em amar até o fim.
Ainda entre Aljustrel e a Cova da Iria, os peregrinos percorrem o Trilho dos Pastorinhos como uma pequena “via-sacra”. Ao longo do caminho, capelinhas e pontos sagrados convidam à meditação dos mistérios da fé e à interiorização da mensagem de Nossa Senhora.
Aljustrel não possui uma grande basílica, mas possui a lembrança viva de que o Céu pode descer nas pequenas coisas e que Deus se alegra com um coração disponível e fiel.
Um convite para que cada peregrino, ao voltar para casa, leve consigo a certeza de que a santidade também pode brotar em seu lar.