A história do Mosteiro de Alcobaça começa com uma promessa feita em um tempo de guerra e reconquista.
Em 1147, durante a expansão cristã sobre os territórios muçulmanos, o rei D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, venceu a importante Batalha de Santarém. Assim, como forma de gratidão a Deus e em reconhecimento pela ajuda espiritual recebida da Ordem de Cister, o rei doou aos monges cistercienses uma vasta extensão de terras na região entre os rios Alcoa e Baça (origem do nome Alcobaça).
Durante a Idade Média, Alcobaça foi um verdadeiro centro de fé, conhecimento e desenvolvimento social, além de um farol de evangelização e civilização.
Atualmente, o Mosteiro de Alcobaça é Patrimônio Mundial da UNESCO, não apenas pelo seu valor arquitetônico, mas por testemunhar séculos de vida monástica e espiritualidade católica.
Pedro e Inês: amor e eternidade
Um dos episódios mais célebres ligados a Alcobaça é a trágica história de amor entre D. Pedro I e Inês de Castro, dama de companhia da princesa espanhola que estava prometida ao futuro rei. Após a morte da esposa, Pedro assumiu seu amor por Inês, mas a corte e o rei D. Afonso IV viam o relacionamento com desconfiança.
Inês teve sua execução em 1355 por ordem do rei. Tempos depois, D. Pedro tornou-se rei e declarou que se casou com Inês em segredo, ordenando posteriormente que ela fosse reconhecida como rainha póstuma. Mandou trasladar seus restos mortais para o Mosteiro de Alcobaça, onde ele próprio também teve seu sepultamento.
Seus túmulos estão colocados um de frente para o outro, simbolizando que se reencontrarão na ressurreição final.
Mosteiro de Alcobaça: espiritualidade e amor
A imponente fachada do mosteiro expressa a simplicidade espiritual dos monges cistercienses, que buscavam viver segundo o lema “Ora et Labora” — reza e trabalha.
Além disso, no transepto da igreja até hoje encontram-se os túmulos de Pedro e Inês de Castro. Esses túmulos, colocados um de frente para o outro, são um convite à reflexão sobre o amor humano à luz da eternidade e da misericórdia divina.
Peregrinar a Alcobaça é deixar-se evangelizar pela presença viva de Deus, que habita na história, na arte e no coração de quem busca.